Há milhares de anos, no Oriente Médio, os homens das comunidades rurais costumavam bater os pés na construção dos telhados das casas de adobe para compactar o material e selar as rachaduras durante o inverno. Na região levantina que engloba a Palestina, Líbano, Jordânia e Síria há uma tradição enraizada que denominou-se Dabke ou (Dabkeh em árabe) que, significa "bater os pés" ou "pisar no chão". Não há uma documentação precisa que date a sua origem. A ritualística que iniciou-se em trabalhos coletivos no campo tornou-se uma importante expressão cultural desse povo. No Brasil predomina o estilo Libanês, devido à grande imigração ocorrida nos séculos passados e também por ser o país com maior concentração desse povo fora do Líbano.
Com o tempo a Dabke foi incorporada em comemorações e tornou-se indispensável em casamentos, festivais, celebrações religiosas e nacionais, denotando a força do coletivo, a união e uma sólida identidade principalmente na Palestina. Costuma-se dançar em linha reta ou círculo, com os braços nos ombros ou de mãos dadas. Os movimentos são impactantes e rítmicos, com batidas fortes no chão e saltos. (O "raas" cabeça) é um líder que puxa a fila que o segue com passos coreografados. Usa-se uma espécie de rosário chamado "masbaha" (geralmente o líder gira o acessório na mão conduzindo a dança sincronizada). Esse acessório também é considerado um elemento religioso.
A Dabke começou entre homens mas logo incluiu as mulheres, agregando charme sem perder a firmeza dos movimentos. As músicas que acompanham a dabke são animadas e os instrumentos tradicionais utilizados são o alaúde, tambores (tablah ou derbak), mijwiz (clarinete duplo) e arghul. Em síntese, a Dabke é uma dança folclórica, símbolo de resistência cultural e orgulho nacional que tem o intuito de transmitir alegria e fortalecer os laços comunitários. Segue abaixo um dos estilos de Dabke (palestino):
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