🌜Conheça as integrantes e como a cia surgiu🌛



    A Companhia Mahabadra de Danças Orientais e Fusões nasceu em 2021, unindo diferentes vertentes da dança oriental, indiana e fusões contemporâneas. Sob direção de Halima Saat e administração de Lua Kayla, a companhia tem como missão promover a arte e a cultura dos povos do Oriente por meio da dança, combinando tradição e inovação em espetáculos cativantes. 

    Com um repertório que inclui danças árabes, indianas, tribais e fusões com ritmos brasileiros, a Mahabadra já participou de diversos festivais, shows e eventos culturais, incluindo apresentações no Natal em Natal, Teatro Alberto Maranhão e projetos autorais como o Domingo Oriental. 

    A companhia também se destaca pela sua abordagem colaborativa, confeccionando seus próprios figurinos e promovendo ações inclusivas para mulheres autônomas e/ou de baixa renda. Atualmente, a Mahabadra segue expandindo sua atuação, oferecendo espetáculos performáticos, oficinas e eventos interativos, levando a dança como forma de expressão, cura e conexão entre culturas. 

"Maha" = grande em sânscrito
"Badra" = lua cheia em árabe 
O nome simboliza o poder da energia feminina (lunar) com seu magnetismo natural e esplendor. 

Mahabadra também é uma variação da palavra "Mahabhadra", um dos nomes do rio Ganges da Índia, considerado a "deusa da purificação". 

Conheça também nosso instagram: @ciamahabadra

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JAYA DEVI "vitoriosa deusa"

    Sua paixão pela dança se iniciou em meados dos anos 90 quando 5 mulheres (as Spice Girls) chegaram com sua dança pop e empoderamento feminino. O sucesso, a alegria e sinergia que elas traziam serviram de inspiração para Jaya, que dançava escondida com sua tia pois sua família não aceitava a dança por questões religiosas. Ainda nos anos 90, assistiu a novela O Clone, onde descobriu a beleza e encantamento que a dança do ventre trazia. Ela ficava na sala de casa dançando escondida, mas os anos se passaram e deixou de lado seu sonho. 

    Aos 39 anos, estava tendo crises constantes de ansiedade e decidiu ir atrás de tudo que a fazia bem, iniciando na academia com ritbox, gap (um funcional com dança), jump e fitdance. Foi então que uma amiga (Zafirah, integrante da cia que frequentava a mesma academia) a viu dançando e a convidou para participar da mahabadra, no periodo em que estavam fazendo novas audições. Lá, Jaya finalmente conseguiu realizar o seu sonho de criança (aprender a dança do ventre).

    "Aos poucos estou trilhando meus passos, do jeito que só a dança consegue curar e trazer paz, melhorando o humor e apagando qualquer dor".



KALI SWARA "deusa negra autobrilhante"

    Kali começou a dançar nas apresentações do ensino básico na escola, mas morria de vergonha. Na pré-adolescência, ainda muito retraída, se encantou pela dança do ventre vendo a performance enfusionada da Shakira, bem como a dançarina Cláudia Censi nos programas de TV. A imaginação era permeada pelo sonho de balançar as ancas ao som das batidas marcantes da dança do ventre, mas não tinha coragem. Foi um longo processo de autossabotagem. Aos 24 anos fez uma aula experimental em um espaço holístico no qual trabalhava, mas não conseguiu prosseguir. Vivia admirando as bailarinas da cidade, sendo que a timidez, escassez financeira e o fato de morar em um local distante da cidade tornava tudo um empecilho. 

    Quando seu pai faleceu em 2020 ela pôde respirar, tomar coragem e entrar nas aulas de Tribal Fusion em um espaço cultural onde foi se redescobrindo como artista. As aulas começaram no dia em que completou 34 anos. Foi retomando as rédeas da sua vida, brincando com a maquiagem, com os acessórios e reafirmando sua identidade através do seu estilo, que vinha apagado com as demandas do cotidiano. Passou a amar mais o seu corpo e, ao se ver dançando mesmo sem intimidade com os movimentos, constatou o quão é lindo expandir e acreditar na sua própria capacidade. 

    Na dinâmica de sempre se alongar para ensaiar, ficou pasma em ver seu corpo adquirindo flexibilidade, notando o alívio considerável nas dores das articulações oriundas da chikungunya e da bursite que a acompanhou desde os dez anos de idade. O processo de expansão foi tão intenso que, somado à terapia e ao incentivo da sua rede de apoio, Kali resgatou seu talento como artesã, lançando a marca Ventre da Mata, onde aplica o seu conhecimento inspirado na ancestralidade para produzir remédios naturais e biocosméticos. 

    No final dos seus 34 anos, entrou na Cia Mahabadra, visando se desafiar a ter disciplina, se aperfeiçoar como bailarina e se apresentar em grandes palcos, pois queria provar para si mesma que estava a realizar o seu sonho desde pequena. Ficou extasiada com a experiência de estar no palco e sentiu que ali era seu lugar. Um misto de nervosismo com prazer. Hoje ela dança na cia e faz aulas regulares de Tribal Fusion na Shaman Tribal, onde teve o privilégio de participar de workshops ministrados por Olga Meos e Cibelle Souza, agregando estes aprendizados ao seu currículo como bailarina. 

    "Acredito no poder de cura do meu corpo através da dança e sigo honrando essa experiência na minha jornada. Sou grata à dança na minha vida e a todas as pessoas que me incentivam a continuar e apreciam a minha arte. Oferendo minha dança às que por aqui passaram e também a deixo como legado para as que estão por vir".



ZAFIRAH FAHEEM "vitoriosa e inteligente"

    A relação de Zafirah com a dança vem desde quando era pequena. Sentia que amava dançar, mas era sempre podada com palavras de que era muito dura e que seu corpo não respondia aos ritmos. Aquilo a entristecia, mas ela não desistia. Pedia para a mãe colocá-la na aula de balé da EDTAM de Natal/RN, porém recebia sempre a resposta de que não conseguiria, que não tinha jeito para dançar, e aquilo ia a frustrando profundamente. Seguiu acreditando sempre naquelas palavras de que não conseguiria, porém um dia já tendo escolas de danças aqui em Natal se aventurou a fazer aulas de dança do ventre, que era uma das suas paixões quando criança. Todavia, teve mais um desapontamento, dessa vez da professora, que a desestimulou dizendo ser desajeitada e que não levava jeito. Aquilo caiu como uma grande pedra na sua cabeça, fazendo com que desistisse de tudo, não querendo mais saber da sua grande paixão que era a dança. 

    Mas algo dentro dela dizia que era possível dançar e que podia sim conseguir alcançar seu objetivo. Foi quando conheceu Halima, a qual a estimulou a começar a dançar, indo com a cara e a coragem fazer uma audição de dança para participar da cia Mahabadra. Se sentia toda desengonçada entre as outras meninas, mas elas a ajudaram, deram força para continuar. Aos 48 anos, entrou para Cia Mahabadra e graças a persistência da professora e sua própria força para continuar em buscar da minha paixão, hoje Zafirah consegue fazer aquilo que tanto almejava quando criança. É claro que tudo é processo, leva tempo e é como uma pedra preciosa que precisa ser lapidada para brilhar. Aos poucos está conseguindo se lapidar... 

Sua maior emoção foi quando conseguiu fazer o seu solo com a coreografia de velas no Teatro Alberto Maranhão em Maio de 2023, aquilo ficou marcado na sua memória. E hoje, em 2025, aos 50 anos já está indo para seu 4° espetáculo... Desistir? Nunca mais! Além da dança do ventre, Zafirah se aventurou a aprender outras modalidades como: ori Tahiti, chair dance e forró. Ela costuma ir para a academia fazer musculação e as atividades de mobilidade, que a ajudam bastante a ter um corpo resistente e flexível. 

    "Depois que eu comecei a postar minha experiência com a dança isso incentivou mais mulheres a buscar essa experiência maravilhosa... E o que eu ganhei com a persistência em dançar? Ganhei autoestima, confiança, flexibilidade e uma mente sã. A dança faz meu corpo vibrar com entusiasmo e quando eu não danço, ele sente falta. A dança  nos faz nos sentir mais vivas e nos liberta das amarras que nos prendem no dia-a-dia... Dançar é liberdade, é paixão por nós mesmas, saber que podemos ...Como dizem: dance na chuva, dance em casa, dance na rua, não importa o ritmo... Apenas dance!



MAHAILA HANNA "princesa forte e graciosa"

    A trajetória de Mahaila  na dança não é recente. Desde criança dançava em apresentações escolares, quadrilhas e “organizava concursos” de dança na rua onde morava…como muitas meninas dos anos 90, sonhava em ser dançarina do grupo “É o tchan”. Toda infância e adolescência foi assim, dançando onde dava, com a música que tinha e sonhando, dormindo ou acordada, em poder um dia dançar em palcos da vida! Não frequentou escolas de dança, esses espaços eram totalmente inacessíveis para uma menina que cresceu na periferia de Natal/RN. Era uma menina falante e expressiva, porém muito insegura e um pouco infeliz. Quando dançava conseguia afastar os medos, as inseguranças e as dificuldades que vivia dentro da realidade social extremamente precarizada pela pobreza. 

    E assim ela ia, e dançando podia, ser um pouco mais feliz…Mas a menina crescia, a realidade dura se sobrepunha, e por volta dos 16 anos a menina que vivia dançando, teve sua trajetória interrompida. Num mundo onde uma garota de 16 anos precisa se preocupar em sobreviver, viver dançando e sonhando não pareciam mais uma opção. Começou a trabalhar, e entre trabalhos e estudos, se afastou por 17 anos, não sem dor, da dança. Sobreviveu como pôde, mas o adoecimento físico e mental bateu em sua porta em 3 grandes crises ansiosa-depressivas: uma em 2004, outra em 2011 e a última em 2019.

    Em 2019, já pedagoga e com empregos estáveis pra sustentar sua família, durante um tratamento psicológico, bastante perdida e desconectada de si, foi desafiada a voltar a fazer algo que gostava quando era criança. Lembrou que amava acrobacias e foi assim que retornou ao mundo do movimento por meio do Yoga, com aulas com uma professora e amiga, após o final do expediente na escola onde trabalhava. Descobriu, claro, que o Yoga é muito mais que acrobacias. E a dança? A dança era o maior sonho, mas como voltar a dançar aos 33 anos? Seu corpo todo rígido, cheio das dores e tensões acumuladas, isso seria mesmo impossível, pensava. Aos poucos, com o incentivo da professora de Yoga e também dançarina, voltou a dançar (inicialmente em academias de musculação, apenas pra se divertir). 

    Em 2020 fez o curso de extensão chamado "corpo e poética do movimento", pautado nos princípios de educação somática…Foi ali que entendeu que o movimento expressivo constituía em cada poro do seu corpo…Ficar sem ele, era como ficar sem alma, sem vida. Cada passo da sua "cura” era um passo de apropriação da sua corporeidade, do seu sentir e da sua expressão. Era hora de voltar e reencontrar seu corpo dançante, seu corpo vibrante, a menina que dança, a mulher que ainda pode ser muito potente e feliz. Em 2021 iniciou seus estudos em danças árabes na escola Jóias do Ventre e no final de 2022 passou a compor, enquanto dançarina, a Cia Mahabadra. 

    Em 2023 passou a frequentar aulas de Heels Class e em 2024 fez o curso de Bellyfitness da professora Bruna Nassif. Nesse período também iniciou e concluiu a formação em Educação Física. Como educadora fisica, busca estudar o movimento do ponto de vista somático e integrativo. Além das danças orientais, ela é muito apaixonada por ritmo brasileiro, sobretudo o samba e todas as suas variações. Desde 2023 desfila na escola de Malandros do Samba em Natal/RN e João Pessoa/PB e desenvolve um projeto de extensão no Instituto Federal do Rio Grande do Norte que oferece aulas de danças fitness e oficinas de dança e consciência corporal à comunidade local do município de Nova Cruz/RN. 

    "Por que você dança? Por que você gosta tanto de dançar? A pergunta que sempre me fazem. E eu? Eu nunca tenho uma resposta muito elaborada, pois simplesmente vejo a dança como parte de mim. Algo que me constituí e sem a qual eu não me vejo…Eu não sei explicar, apenas faz parte de mim. Talvez, então, para falar da minha dança, eu precise falar de quem eu sou…Uma mulher de 38 anos, praticante de Yoga, pedagoga, professora de educação física e completamente apaixonada por corpo, movimento…Por dançar! Sei que essa história de paixão pela dança e encantamento do mundo está apenas começando."



LUA KAYLA "lua coroada com louros" 

    Natural de Belém do Pará, Lua iniciou na dança no grupo de G.R.D. da escola em 1995, onde permaneceu até 1999. Em Salvador no ano de 2000, conheceu a Dança do Ventre na Fundação Cultural Baiana (FUNCEB), modalidade que desde então vem se aprofundando em cursos e aulas de aprimoramento. Em 2013, em Natal/RN, buscou profissionalização através do curso de licenciatura em dança pela UFRN e hoje propõe um trabalho de ensino, elaborando práticas que auxiliam na consciência corporal, fisiologia e dinâmica do movimento na Dança do Ventre. 

    "Tenho uma relação muito coesa com a dança, pois foi na arte que aprendi a ser resiliente e ter atitudes positivas. A dança é tão importante quanto o ar que respiro!"  



AMIRA SUNNYA "princesa que brilha como o sol"

    Amira Sunnya tem 42 anos (2025) e faz parte do Corpo de Dança da Mahabadra. Desde criança, a dança sempre foi sua grande paixão. Cresceu dançando com os programas de TV, sonhando em estar no palco. No entanto, as condições financeiras da sua família não permitiam que seguisse esse caminho profissionalmente. Ainda assim, encontrou formas de se conectar com a arte, participando de projetos escolares ligados ao teatro e à dança. 

    Por muitos anos se afastou da dança para trabalhar e construir sua vida, mas o amor pela arte nunca deixou de pulsar dentro dela. Foi então que, após um longo tempo, se reencontrou com a dança e redescobriu minha essência. Hoje, Amira é mãe de um adolescente, casada, e vive intensamente essa paixão. A dança folclórica se tornou sua grande expressão, seu refúgio e renovação. 

    Além da dança do ventre, tribal fusion e da dança indiana na Mahabadra, Amira faz dança cigana e Heels Dance, explorando diferentes formas de arte que a fazem se sentir completa. Participou de um workshop de Véu Fan e deseja se aperfeiçoar ainda mais nessa técnica, buscando sempre novos desafios e aprendizados na dança. 

    "A dança é mais do que movimento para mim – é minha verdade, minha conexão com minha parte mais pura e doce. No palco, sou inteira. Na dança, sou eu".




HALIMA SAAT "momento de gentileza"

    Começou a sentir uma conexão com a dança desde pequena, aos 8 anos anos já imitava Shakira. Ainda na infância, Halima fez aulas de ballet clássico e jazz. Na adolescência experimentou o hip hop por um breve período, época em que preferiu se dedicar às artes marciais (kung fu). Até que aos 19 anos, no início de 2014, decidiu entrar nas aulas regulares de dança do ventre na Tuareg, escola localizada em Ponta Negra. Em 2016, seguiu para a Nawar, onde passou na seleção para fazer parte da companhia que representava a escola. Lá teve a oportunidade de criar coreografias e chegou inclusive a apresentá-las, mas sentiu a necessidade de expandir seus horizontes de estudos. Chegou a passar na seleção da Shaman Tribal em 2017 também, porém ficou pouco tempo, pois os ensaios eram muito tarde e morava longe da escola. 

    Diante disso, passou a ser autodidata e pesquisar outras fontes desse conhecimento que são das Danças Étnicas e Alusivas do Oriente (árabes, indianas, turcas, persas), além das fusões, tendo professores nacionais e internacionais. Começou a dar aulas regulares de dança no Espaço Viver Bem em Candelária em 2019, foi para outros espaços como a A2 Academia, até chegar no Corpo e Mente, em Petrópolis (2020), onde ministra aulas até hoje. Vale salientar que realizou vários workshops de dança como por exemplo no Hotel Maine e na ComVida Casa de Dança em Natal/RN. 

    Ela aproveitou a pandemia em 2020-2021 para estudar remotamente essas danças e sistematizar esse conhecimento, para assim repassá-lo para as demais pessoas, visto que já dava aulas regulares de dança do ventre na época. Foi nesse período, estendendo-se para 2022 que Halima mergulhou nos estudos das danças indianas, tribal fusion e danças folclóricas do Oriente Médio. Paralelamente fez os cursos de especialização em consciência corporal da UFRN e ensino da dança da Unidança, assim como aulas regulares de ballet e dança contemporânea na EDTAM. Também fez, como aluna, workshops de danças circulares no Espaço Hidromais em Ponta Negra e Dança Contemporânea na Escola Corpo de Baile em Tirol. 

    Seu aprendizado ela diz ser contínuo até seu último suspiro e busca incansavelmente aplicar essas ferramentas para fins terapêuticos, promovendo a catarse e a cura através do movimento tanto em quem dança quanto em quem assiste. A dança tem sido para ela uma poderosa ferramenta de autoconhecimento, eliminando tensões, bloqueios, limitações e a ensinando a ser mais leve, fluida e consciente. Dançar faz parte do seu propósito de vida e é fonte de muita inspiração e criatividade para ela.

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