Olá, pessoal! Cheguei mais uma vez para nossa conversa deliciosa sobre dança, né? E hoje quero te apresentar um ritmo que vem diretamente da Índia e que, talvez, ainda seja pouco conhecido por aqui. Estou falando da Garba, uma dança linda, vibrante e cheia de significado.
Mas, antes de mergulharmos nesse universo, deixa eu me apresentar — pra quem ainda não me conhece: sou Amira Sunnya, dançarina da companhia Mahabadra. Sim, dançarina — não bailarina (mas essa diferença é assunto pra outro post, tá?). Além disso, sou pedagoga e estudante das danças Heels e Cigana, com muito orgulho. E hoje vamos dedicar estas linhas para falar de um dos ritmos mais vibrantes que tive, até o momento, oportunidade de conhecer, vamos lá?
A Garba é uma expressão cultural tradicional do estado de Gujarat, no oeste da Índia. Essa dança é comumente realizada durante o festival hindu Navratri, que celebra a deusa Durga ao longo de nove noites. É uma dança circular que representa o ciclo da vida e homenageia a energia divina feminina.
O nome "Garba" vem do sânscrito "garbha", que significa "útero" ou "gestação" — remetendo à origem da vida, à fertilidade e ao nascimento. A dança em si é uma verdadeira celebração da criação!
Por ser uma dança que exalta o feminino, pode parecer que apenas mulheres participam. Mas não! Homens também dançam Garba, geralmente usando o kediyu, uma peça de roupa com mangas longas plissada. Veja aqui um exemplo:
Já as mulheres se vestem com um conjunto colorido composto por chaniya choli — uma saia rodada com uma blusa e um véu cheio de bordados e espelhos. A movimentação da saia durante a dança é um espetáculo à parte, encantando o público com seus giros vibrantes e cheios de graça:
Na Mahabadra, a Garba não é só dança — é vivência. Nossa coreógrafa e professora Halima, uma das poucas pesquisadoras da cultura indiana no Rio Grande do Norte, nos conduz por uma verdadeira imersão nesse universo: ritmos, trajes, culinária, crenças, história... tudo! A dança é o ponto de partida para explorar e respeitar a cultura indiana em sua totalidade.
Uma das músicas que mais nos toca nesse processo é "Dholida", uma Garba apaixonante que conta a história de um amor que nasceu justamente durante uma noite de dança. Um trecho da música, em tradução livre, diz:
“Meu coração está batendo forte na noite de Garba”
(Sanan sanan jaaye re jiya garbe ki raat mein)
Dholida significa "tamboreiro" ou aquele que toca o tambor, visto que dhol é o tambor indiano — uma metáfora linda para os batimentos acelerados do coração apaixonado. A música vai crescendo aos poucos, assim como o amor que ela narra. É puro encantamento!
Queridos viajantes culturais, deixo aqui uma reflexão: a música é uma ponte poderosa entre povos, histórias e saberes. Ao ouvir uma canção, permita-se a curiosidade. Pergunte-se: quem a compôs? Onde? Por quê? A música pode nos levar a lugares distantes sem sair do lugar — e nos ensinar de formas incríveis.
Dançar, ouvir e aprender: esse é o nosso caminho.
Deixo por fim o videoclipe da música Dholida. Até o próximo post!
Com carinho,
Amira Sunnya. 🌼
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